sexta-feira, 1 de julho de 2011

A melhor coisa que eu nunca tive

Conheci alguns figuras que faziam cada coisa em busca de inspiração. Conheci um escritor novato que gostava de ver sites com animais atropelados, estripados e coisas assim só pra conseguir ficar bem triste e se debulhar em lágrimas textuais.

Um outro dava uma de Beethoven. Jogava água gelada na cabeça enquanto tentava escrever uma boa música para o ser o novo sucesso da sua nova banda. Digo nova porque essa era a terceira em 1 ano e alguns meses. As bandas nunca o inspiravam o suficiente para alcançar o sucesso que ele sempre dizia que merecia.


Semana passada uma amiga me perguntou o que eu fazia para escrever e eu tive que confessar pra ela ... eu escrevo. Simples assim. Não preciso de sinais do além, nem sentimentos profundos, muito menos algum de tóxico inspirador, só preciso estar próximo de quem eu mais sou e, talvez, de quem mais eu quero ser.


Talvez por isso seja simples falar que eu sou um escritor. É isso que eu sinto amor em fazer. Até o meu corpo diz isso! Quando escrevo não me canso rápido, não roo unhas e nem fico pensando em um milhão de coisas que tem de ser feitas, apesar de existirem um milhão de coisas para serem feitas. De alguma maneira é como se estivesse fazendo todas elas, como estou fazendo agora, deslizando pelas linhas suaves de texto recém nascido, que leva um tapinha do médico e chora para o mundo que recebe.


Nunca tive que ser alguém de sucesso para os outros, apesar de as vezes até achar que sim. Só tive mesmo que parar de evitar o inevitável e de não escrever o escrevível.

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