terça-feira, 18 de agosto de 2009

Já te disse [Romântico! ;-D]

Já te disse o quanto meu olhos refletem a luz dos seus, mas nunca te disse o quanto essa luz aclara o mais tenebroso dos meus pensamentos, dos meus sentimentos e cada lugar vazio do meu coração.

Já te disse que o gesto, o momento, o gosto e o desejo do nosso, SÓ NOSSO, beijo tem o poder de transformar a noite em dia, a sombra em luz, mas nunca te disse que a falta desse mesmo beijo deixa a sensação de que o mundo é cinza, que o tempo não existe e que a natureza ainda não se fez.

Já te disse que todos os momentos em que os nossos pensamentos se cruzam, o que acontece quase o tempo todo, sorrisos brotam nos nossos rostos, mas nunca te disse que esses sorrisos já estavam ali, eles realmente só estavam esperando pra brotar, porque nós já fizemos uma plantação infinita deles, alimentados pelo sol de um sentimento também infinito.

Já te disse que toda vez que conseguimos ver um futuro mais amoroso de um mundo mais amoroso, o mundo gira devagar, mas eu nunca te disse que isso só faz sentido porque o futuro é feito de um monte de pequenos presentes, que têm esse nome porque realmente são dádivas, que aprendemos a enxergar juntos.

Já te disse o quanto gosto de ver o sol, com aqueles primeiros raios da manhã, amarelos e quentinhos, passando pelo vão dos meus dedos enquanto eu estico a mão em direção a ele, na vã tentativa de segurar um pouco do seu brilho, mas nunca te disse que quando as nossas mãos se encontram eu sinto todo o brilho do mundo ali, na distância invisível do nosso toque.

Já disse que te amo, do fundo do meu coração, mas nunca te disse que eu vivo de você, com você e pra você, porque aí está o sentindo de viver feliz, simplesmente por viver.

domingo, 9 de agosto de 2009

Mais mancadas, mais camisinhas e um outro King Kong, agora no mercado

Quem leu a primeira estória desse blog já deve imaginar do se trata essa estória aqui, mas, infelizmente, MUITO infelizmente mesmo, dessa vez vou ter que falar o nome das pessoas envolvidas, só que eu quero deixar claro, claríssimo, que sou obrigado a fazer isso porque o Rafa é um grande fela. Nunca vi! Ele não conseguiu segurar por 5 minutos o próprio Gorila, porque os Micos já ficaram pra trás, e além do Rafa ser uma tremenda de uma Fifi, um Zé Lendinha Fofoqueiro [sim, eu to nervoso!] adivinhem pra quem ele foi contar?! PRO JAPA! Logo o Japa, que não sabe, e na maioria das vezes também não quer, ser discreto. Como bem disse um amigo meu, o Japa sussurra no mesmo volume que o Silvio Luiz grita GOL! Então, antes que o Japa, que até ameaçou fazer um blog, queira fazer uma versão deturpada dos fatos, vou escrever a minha versão, que mais se aproxima da verdadeira.

Como o pessoal de casa estava viajando, incluindo a grande cozinheira que é minha mãe, tivemos que tomar vergonha na cara e encarar a cozinha, o que não é um problema tão grande assim, eu gosto de cozinhar, e cozinho bem, mas o tempo é que muitas vezes falta, fora a criatividade, mas uma certeza nós tínhamos, não dava pra viver de pizza por 10 dias. Então o Rafa e eu fomos caçar no mercado mais próximo na nossa selva de pedra.

Não sei porque cargas d’água eu já tinha decidido que faria strogonoff, com um toque pessoal, ou seja, alguma coisa de carne porco. Enquanto andávamos no mercado, pegando os ingredientes e colocando no carrinho passamos bem em frente a um suculento pedaço de bacon ... que dúvida, strogonoff de frango com bacon, vamos fazer uma experiência. Já com o pedaço sarado de bacon fomos comprar o frango.

Aquele balcão enorme, cheio de clientes e 2 pessoas pra atenderem, mas como somos brasileiros e a fila normalmente não nos repele, muito pelo contrário, a maioria dos brasileiros é tarado por uma fila, esperamos calmamente até ouvirmos aquele “Próximo!” de um atendente mal humorado, talvez por causa do seu Extra-Salário. Já tinha feito mais ou menos os cálculos da quantidade de comida pro Rafa, o Japa e eu. Mais ou menos 2 litros de Strogonoff e umas 3 xícaras de arroz, mais batata palha, deve ser suficiente, então pedi um filé de peito bem grande, esperando que chegasse a umas 700 gramas. O cara pegou o frango e pesou direto na balança. Não tinha nem um plástico na mão, que estava no bolso do jaleco, nem um plástico na balança. Resolvi não reclamar, tudo isso vai ser cozido mesmo, pensei, não vou bancar o cliente mané do mês porque eu sei que em algum lugar escondido dos clientes o pessoal que trabalha no mercado guarda umas fotos escondidas dos piores clientes pra cuspir na comida deles e coisas assim ... ta bom, talvez não exista algo assim, mas como é algo que eu faria, prefiro não arriscar.

A balança mostrou que o filé de peito ficou nas 677 gramas. O atendente já ia jogando o filé dentro do saquinho, fechando e perguntando “Mais alguma coisa?” quando eu falei “Queridão ... será que você não consegue um com 700 gramas pra mim?”. O atendente e o Rafa olharam pra mim com aquela cara de “Larga mão de ser Joselito!” e eu tenho admitir, fui mesmo chato ali, só não pensei isso na hora.

O atendente começou a pegar uns outros filés e pesá-los um por um. Quando ele já tava mais ou menos no quarto teste e na quarta bufada, exprimindo toda a sua raiva por compradores de filé de peito de frango com mais de 700 gramas, o Rafa interferiu falando “Fé, vamos levar o outro mesmo. Ta bem próximo do peso que você queria, não vai fazer diferença.” e eu concordei. Mancada número 1. Eu não deveria, jamais, ter aceitado o que o Rafa disse naquele singelo momento, seja lá o que ele dissesse. “Fe, o Michael Jackson morreu!”, “Não morreu não! E vai se lascar, antes que eu me esqueça!”, ou qualquer coisa assim, o importante era não concordar com ele pra pelo menos não ficar com nipe de frutinha dominada, mas já era tarde demais.

No instante que eu olhei pro atendente, que o olhar dele cruzou com o meu, eu vi e ouvi pelos olhos, direitinho, o que ele tava pensando. “Quer dizer então que era só falar com o maridinho da cozinheira que ele convencia a frescurenta!”. Maldito! Ele não disse nada, mas que pensou, ahh pensou o maldito! Peguei a sacolinha e saí andando pro lado, meio sem rumo, mas não cheguei a andar nem uns 6 passos, quando o Rafa me parou pelo braço e falou “Olha aqui o vinho que te falei. Que tal levarmos um hoje pra saborear alguma coisa diferente?”. Mancada número 2. O atendente ainda olhava pra gente e eu vi e ouvi de novo, os pensamentos daquele lazarento eram tão fortes que com certeza tocou em algum rádio AM naquele momento. “Hoje vai ter festinha na casa do casal barbado, então?! Duas bichonas! BICHONAS!”. Não sei se considero como uma mancada número 3 ou uma extensão da número 2, o fato é que levamos o vinho, sabem como é, “Pisou na merda, abre os dedos.”.

Chegando no caixa coloquei os ingredientes na esteira e fui sacando o cartão, quando o Rafa me chamou pra mostrar algo que viu naqueles corredores montados especialmente com aqueles produtos miúdos, de valor baixo, só pra você pegar mais uma coisinha e encher um pouquinho mais a sua compra antes de realmente pagá-la. “Olha só o que tem aqui Fe ...”, mas a caixa interrompeu ele perguntando “Qual a forma de pagamento, Senhor?”. Entreguei o cartão pra ela e virei de novo a atenção pro Rafa que me mostrou um pacote de camisinhas “Acho que nunca tinha visto uma dessas” - disse ele, “Sabor Salada Mista ... será que você já usou alguma assim?”. Fiz que não com a cabeça e peguei o pacote na mão, onde vi que as camisinhas do pacote eram de sabor pêra, uva e maça, mas foi só aqui que me liguei da odiosa mancada número 3 que pintou no ar.

Eu entendi o que Rafa quis dizer, se eu já tinha usado com a minha respectiva, mas isso não fazia a menor diferença pra caixa que olhou pra nós, com o pacote de camisinhas na mão, olhou pro vinho e o resto das compras, deu uma risadinha abafada e passou o meu cartão na leitora, e foi nesse exato momento que eu fui soterrado pelo mau humor, apesar de agora ter passado como o passivo da estória. Enquanto o Rafa falava pra caixa algo do tipo “É claro que usamos camisinhas com as nossas namoradas, entre a gente é só amizade” eu só consegui prestar atenção na caixa, passando o cartão lentamente na leitora e depois olhando a frente do cartão. Meu nome! Ela sabe o meu nome! Pensei em mudar o modo de pagamento, pagar no dinheiro, mas a carteira estava vazia, pra ser exato tinha uma ficha de fliperama, que quase virou uma estrela ninja que ia voar, sem querer querendo, na jugular da maldita caixa, só que era tarde demais. “Sua senha, Senhora?” foi o que eu pensei ter ouvido, mas acho que ela disse senhor, mas como estava soterrado pela mau humor citado acima resolvi não encrencar mais. Digitei a senha e saímos dali, certo de que não voltaria ali por um bom tempo, agora, além de ter a minha foto como cliente mane do mês, a lá Mc Donald’s, nos bastidores do mercado, ainda teria um acréscimo escrito a pincel atômico, “Bichona do ano”. Se antes ele já cuspiriam na comida não quero nem pensar no que fariam agora.

Voltamos pra casa. Eu com aquela sensação que sempre me consola em momentos assim, pelo menos vou ter uma estória boa pra contar. Depois publico no blog alterando o nome e alguns fatos, pra não ficar tão esdrúxulo, e sei que ainda vou rir disso. Quase me auto-consolei com esse pensamento.

Entrando em casa o Tio Valter me chamou pra tirar alguma dúvida dele sobre algo na Internet, o que me deixa muito feliz, com quase 70 anos e apenas 1 ano de vida virtual meu tio já é quase um hacker, nada, nada ele é um usuário muito esperto, pelo menos nunca clicou naquels links que vem nos e-mails ou recados no Orkut dizendo “Lembra daquele dia que ficamos juntos, dá uma olhada nas fotos aí! Saudades enormes!” ou coisas desse tipo. O Rafa resolver subir na frente pra deixar as compras na cozinha e assim que tirei a dúvida do tio subi pra cozinha. Não usei mais do que 5 minutos na consultoria informática familiar.

Quando subi pra cozinha encontrei o Japa com um sorriso muito estranho e, mais estranho ainda, ele estava me esperando sentado. Olhei com aqueles olhos de desconfiança pra ele, que já disparou, naquele volume típico, “QUER DIZER ENTÃO QUE A PREFERÊNCIA É PELAS FRUTINHAS! PELO MENOS VOCÊS SE PROTEGEM!”, frase essa que veio seguida da risada em tons de trincar cristais.

Agora falem! Não é pra matar um cara desses! Não consegue segurar o próprio King Kong por 5 minutos e ainda fala pro cara que mais vai zuar ele pelo resto da vida! Até dá a entender que ele fica feliz com essa estória toda e não quer que ela fique pra trás ... pensando bem, depois de tudo isso, é melhor não juntar "feliz" e "atrás" na mesma frase, pelo menos não com o Rafa por perto.

P.S. Me sinto na obrigação de contar alguma estória do Japa. Aguadem! =D
P.P.S. O Rafa não é o Zé da primeira estória. O outro soube guardar um segredo por MUITO mais que 5 minutos.